Amor Sublime
Pode você ainda crer no amor?
Como não, Senhor!
Se é ele a escada de nossa vida
Fruto dele surgimos
Com ele existimos e persistimos
E se dele fugimos
Destruímos tudo que construímos
É a existência tão nobre e tão sublime?
Como não, Senhor!
Se de vossa própria existência almejamos nossa vida
Somos galhos na escuridão procurando o sol
Em busca de saída
Valerá o tesouro de tantas horas cruzes?
Como não, Senhor!
Se fitamos em vós o nosso tesouro
E fostes vós mesmo o exemplo de sofrer e suportar
Como a árvore frágil suporta o forte vento
E a praia calma suporta o bravo mar
E como suportar o amor?
O amor é o seu próprio suporte
Haure de si mesmo e em si mesmo se consome
Suportá-lo é sorver de si
Quanto emanar em si
Sim, você ainda pode crer no amor!
Como não, Senhor!
Como não, Senhor!
Rui Montese
Ressurgir
Um rio que pode entornar
A noite que pode cair
Um morro que pode vazar
Um morto que pode surgir
E daí?… E daí?…
Daí que se um morto voltar
Um outro vai querer lhe imitar
Mais outro sem corpo a bradar
Quero também ressurgir
E daí?… E daí?…
Daí que eu também vou gritar
Não quero daqui mais sair
Se todos já querem voltar
Porque daqui vou fugir
Rui Montese
Gonzaguinha
Aroeira
Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores
Teu Sonho Não Acabou
Deu-os
Para chegar ao apogeu
O artista sabe bem
Quem lhe deu força
E quem não lhe deu
Mas aquele que não lhe deu
Não é inimigo seu
É apenas um desacreditado
Que não se convenceu
E aquele que lhe deu força
Lhe deu na medida de sua fé
Ou do coração seu
Coração e fé
Juntos podem até
Mover este mundão de Deus
Rui Montese