Para quem queria se perder no mundo
Não é o meu caso
Não parto
Fico
Reflito
Caso
Queria um prato fundo
Deram-me um prato raso
“Apontei para a lua
Enxergaram-me o dedo”
Lancei-me na rua
Me botaram medo
Não é culpa sua
Nem minha
O alçapão nos espreita
E nos caça
E não deixa que voe o passarinho fujão
Agora não me rechace
Não me aluda ao tédio
Me acuda
Me ame
Me abrace
Sem palavras pra me honrar
Te beijo uma desculpa que não cola
E me lembro
Que “as mais belas manhãs de minha vida
Perdi-as nos bancos de uma escola”
Aprendendo apenas ser um trabalhador
Um homem sem cultura
Um vulgar doutor
Nota: As frases entre aspas são citações do meu professor Mauro durante as aulas na Especialização Transporte, na Escola de Engenharia da UFMG, que me inspiraram a criar esta poesia.
Rui Montese