Conhecedor do solo profundo
Vai galgando pelo mundo
Cada pedra do caminho
De vazante a jusante
Coração fecundo
Céu aberto, arfante
Do ninho ostenta
A mais preciosa
Flor majestosa, cristalina em tudo
Ao cume voz estradeira
Chega logo alvissareira
Ao peito desse amigo de jornada
Não por prêmio costumeiro
Por medalha ou dinheiro
Mas, para ser mais companheiro
Em cada nova escalada
Dá conta do que te afronta
E volta de ponta a ponta
Ao leito dessa estrada
Ao se ver entrelaçado
De rochas por todo lado
Pesquisa com maior cuidado
Textura, dureza, clivagem
E vai ver, da sua imagem
Reflete maior beleza
De um tesouro que rola, cada vez mais fundo
Com toda sua riqueza
Que não reluz para quem o procura
Apenas, espera, onde encerra
Que seja encontrado
Rui Montese