Pode você ainda crer no amor?
Como não, Senhor!
Se é ele a escada de nossa vida
Fruto dele surgimos
Com ele existimos e persistimos
E se dele fugimos
Destruímos tudo que construímos
É a existência tão nobre e tão sublime?
Como não, Senhor!
Se de vossa própria existência almejamos nossa vida
Somos galhos na escuridão procurando o sol
Em busca de saída
Valerá o tesouro de tantas horas cruzes?
Como não, Senhor!
Se fitamos em vós o nosso tesouro
E fostes vós mesmo o exemplo de sofrer e suportar
Como a árvore frágil suporta o forte vento
E a praia calma suporta o bravo mar
E como suportar o amor?
O amor é o seu próprio suporte
Haure de si mesmo e em si mesmo se consome
Suportá-lo é sorver de si
Quanto emanar em si
Sim, você ainda pode crer no amor!
Como não, Senhor!
Como não, Senhor!
Rui Montese